De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o puerpério é uma fase de mudanças físicas e hormonais, quando os órgãos reprodutivos femininos voltam às condições pré-gravidez. Nos campos da saúde, ele começa imediatamente após o nascimento do bebê e termina em torno de 6 semanas (45 dias).
Essa afirmação é refutada pela área da Psicologia Materna, que revelou que o puerpério não é apenas um evento biológico, é também uma experiência biopsicossocial. O que significa que ele afeta todos os campos da vida de uma mulher: o social, emocional e biológico.
Além disso, muitos estudos feitos ao redor do mundo, como a pesquisa feita pela Universidade Autonoma de Barcelona em parceria com a Leiden University, da Holanda, comprovaram que o cérebro da mulher sofre alterações significativas para atender as demandas da maternidade, e essas mudanças podem durar por até dois anos após o parto.
Ou seja, não é possível voltar ao estado de pré-gravidez, muito menos em tão pouco tempo! Talvez essa notícia faça você se sentir assustada, ou aliviada por saber que muito do que você tem sentido, mesmo após os 45 dias do puerpério, é normal.
É claro que se imaginar passando pelo puerpério por 2 anos pode gerar uma certa ansiedade, principalmente por ser uma experiência única e individual em cada mulher, tendo uma duração diferente para cada uma.
Mas existem alguns pontos em comum que você pode observar para saber se está saindo do puerpério ou não! São eles:
· Contato profundo com o bebê, a chamada “fusão emocional”. Além de dividir o seu corpo com o bebê, você também irá dividir o seu campo emocional.
Durante esse tempo, o seu mundo psíquico e o dele se comunicam. O que acontece para facilitar a compreensão das necessidades daquele ser que está aos seus cuidados.
No final do puerpério, essa comunicação começa a se dissolver e você sente seu corpo e emoções menos “ocupados” pelo bebê.
· Bolha-mãe-bebê: se você já teve filhos ou é uma mamita de primeira viagem, provavelmente já percebeu que durante a gravidez e o puerpério temos um hiperfoco no bebê e nossa maior preocupação é garantir sua sobrevivência e desenvolvimento.
Ao final do puerpério, o bebê demanda um pouco menos de você, e esse hiperfoco lentamente diminui – mas você não deixa de ser uma mamita atenta e preocupada, é claro!
· Crise de identidade: as mamitas que já passaram pelo puerpério podem confirmar, se apropriar do título “mãe” e senti-lo fazendo parte de si, é um processo. Muitas vezes podemos sentir que não somos mais as mesmas e sentir dificuldade em reconhecer nossa nova versão.
Esse sentimento em excesso faz parte do puerpério, e começa a abrandar no final, te dando a chance de enxergar melhor o seu novo eu.
O puerpério é um momento longo, intenso e complexo, como toda mudança que vivemos! Por isso, você merece a compreensão e o acolhimento de que não está “apenas” se tornando mãe, está se tornando uma nova pessoa, uma nova mulher.
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